terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ROCK AND ROLL – CAPÍTULO 3 – O PODER DA FLOR




A influência da Invasão Britânica foi importante na década de 60, mas havia algo acontecendo em São Francisco que acabou mexendo com os jovens do mundo.




Rejeitando o velho e buscando o novo, alguns grupos se formaram a partir da ideia do protesto, da indignação contra a guerra do Vietnã. Esse contraponto ganhou um nome sugestivo: O PODER DA FLOR. E a cidade de São Francisco, na Califórnia era o cenário ideal. Progressista, contemporânea e receptiva. A combinação perfeita para um movimento que se iniciava.


Mas havia outros combustíveis para as bandas que iniciavam. As drogas, a liberdade sexual, a postura antiautoritarismo, os experimentos sociais e o clima de paz e amor faziam a cabeça dos hippies. Lógico que nem todos que se enveredavam por esses caminhos eram “bichos-grilos”, mas muitos encorporaram de corpo e alma.

Para entender como se chegou a esse estado de coisas, devemos voltar uns anos na história da música e encontrarmos Bob Dylan.



Bob cresceu e se inspirou no rock (mas precisamente em Chuck Berry e Johnny Cash), mas acabou flertando com o Folk, ritmo que o consagraria. Ele surgiu para o cenário musical em 1961, e em 62 lançava seu primeiro disco. A música dos anos 60 precisava dele e de sua poesia; ou toda a equação seria incompleta. Certa vez ele disse: “As canções em si têm o infinito alcance de humanidade nelas”. Fato. Assim como suas letras e sua postura engajada, ora solo, ora com sua companheira, Joan Baez, inspiravam uma geração que ansiava por um mundo diferente. A famosa passeata MARCHA POR TRABALHO E LIBERDADE, em 1963, foi a primeira de tantas em que ele se engajou.


E foi justamente ao deixar o Folk para se dedicar a canções mais intimistas, que Dylan começou a se tornar referência para a sua geração. Em suas composições ele abordava as questões sociopolíticas de seu tempo: injustiça social, racismo, Vietnã, liberdade pessoal e consciência social. O período era 64-67 e sua obra foi recebida pelos jovens como um bálsamo. Dessa época datam alguns de seus melhores álbuns; além de sua influência aumentar no cenário musical – John Lennon era um fã declarado e a recíproca era verdadeira. Bob Dylan era a voz de uma juventude que buscava afirmação.

As bandas que surgiram nesse período também fizeram parte do processo de mudança. Mas com uma guinada ao experimentalismo.


Nomes como Jefferson Airplane, Grateful Dead, Crosby, Stills & Nash, Santana, The Loading Zone, Big Brother & the Holding Company e, num segundo momento feras como Velvet Underground, The Doors, Jimi Hendrix e, é claro Janis Joplin.
A psicodelia contra-atacava. Conhecíamos gigantes do rock, e as mensagens que suas músicas despertavam. O triunvirato Jim Morrison, Joplin e Hendrix dominavam as atenções. O mesmo trio que acabaria nos deixando exatamente aos 27 anos – a idade maldita para roqueiros.






Mas ainda faltava algo. Faltava...


FESTIVAL DE WOODSTOCK

Foi realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969 na fazenda de 600 acres de Max Yasgur na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York. A contracultura estava no ar. Mais de um milhão e meio de pessoas passaram por lá. Todos ansiavam por dias melhores, protestar contra a guerra, exigir respeito aos direitos civis, mudar o mundo ou apenas e tão somente se encontrar, se autoafirmar.











Grandes nomes passaram por lá como Janis, Hendrix, The Who, Joe Cocker, Ritchie Havens, Canned Heat, Creedence, Jefferson, Crosby, Santana e tantos outros.

Muitas drogas, muitos hippies e sem nenhum incidente. Mesmo sem polícia nas primeiras 36 horas.


A década terminava de maneira gloriosa para o rock. 

Algumas bandas que surgiram nesse período não conseguiram se manter no topo durante os anos 70. O fim dos Beatles, em 1970, deixou um gosto amargo e um vácuo impossível de ser preenchido.

Mas o “poder da flor”, em contraposição ao poder devastador da guerra perpetuada pelo mundo, acabou vencendo.

(Foto: Marc Riboud: Jan Rose Kasmir, Washington D. C. , 21 outubro 1967)




Mas havia a incerteza do rock and roll nos anos vindouros...



Acompanhe também:




Nenhum comentário:

Postar um comentário